
O giz não é só um giz, é algo a mais. É um instrumento de autoridade na sala de aula, nas mãos do professor, pois o giz adquire vida. O giz é um formador de opinião, porque é utilizado como instrumento da escrita, é um contador de histórias. Através dele se conhece grande parte dos fatos históricos-sociais do mundo. O giz é verdade, muitas vezes não contextualizada, a fala não dita e a escrita mutável. Entretanto, depende de fatores como quadro e a mão, que por sua vez são também instrumentos de poder. Mas o giz sem o quadro pode resistir, tem a pixação/pichação na parede, mas sem a mão jamais. O giz é primo da caneta (seria um primo pobre da caneta Mont Blanc), irmão do lápis, amigo do quadro, inimigo do papel e filho da mão. Nesse contexto, hierarquizado ele acaba sendo inferior. Quem sabe um dia ele só esteja nos museus escolares, nas fotos dos livros e nas lembranças de professores e professoras, alunos e alunas, sendo, por fim, um simples giz.